domingo, 9 de maio de 2010

Fase-de-ser Mãe



Ser mãe, é ser chata, é o papel da mãe, a chatice exacerbada. Já dizia meu querido Dr. Castro!

---- Coloca casaco, tá frio, leva o guarda-chuva, vai chover... Se alimentou? Não pode sair de casa com o estômago vazio. Cuidado com a friagem, não senta no chão frio... Olha o sol tá ardido, coloca um boné... Não lava o cabelo agora, deixa pra amanhã, que agora está tarde demais...

Deixa contar uma coisa: fiz uma personagem que era uma mãe altamente preocupada, e no final da peça, surge diante de mim, um homem já formado, e me fala:

---- Obrigado viu? Eu revivi [durante a peça] momentos com minha mãe, eu quase chorei, eu vi em você a minha mãe, e senti muita falta das “chatices” dela. Sabe eu odiava todas essas recomendações, mas agora que não a tenho, sinto falta, mas só me dei conta da dor agora...

O olhei, vi seus olhos marejados, e o que disse a ele? Nada, só o abracei, e dei um pouco de amor da mãe que sou e da personagem que ainda estava tão latente em mim.

Eu como mãe, não sou perfeita e nem tenho síndrome de super heroína [já tive], mas aprendi e ainda aprendo a não super-mãe-maravilha. Aprendi e ainda aprendo que pra ser uma boa mãe, a gente precisa ser legal antes com a gente mesmo, gostar de quem se é. Se amar, valorizar o que somos, porque exemplo, é melhor que mil palavras, e nós somos tudo meio macaquinho imitador...

Um beijo meu a todas as mães, a todas que conseguiram passar pelo turbilhão de ‘hormônios falantes’ e estão aqui suando a camisa, e sorrindo, apesar de todos os pesares, e curtindo o passeio dessa
fase-de- ser-mãe.



Texto e Imagem: Solange Mazzeto

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