tag:blogger.com,1999:blog-59015573339230794462024-03-05T15:20:22.968-08:00Almofada azulSolehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.comBlogger185125tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-69886183813198290252012-05-15T08:10:00.001-07:002012-05-15T08:10:57.139-07:00Chuva fina canta melancolianas frestas da saudade<br />
a temperatura arranha a língua<br />
<br />
a memória grita <br />
e embrulha o coração<br />
<br />
a garganta empurra o choro<br />
que convulso sob pra cabeça<br />
<br />
o medo desce<br />
engolido pela melancolia<br />
<br />
chove fina chuva<br />
fina chuva<br />
chove <br />
<br />
by Solange MazzetoSolehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-84217184591649757792012-05-11T05:25:00.002-07:002012-05-11T05:25:56.162-07:00'figura seca se desenha sob a lida <br />
música ao redor dos olhos <br />
[ainda se via]<br />
mascarada de pó'<br />
<b><br />
by Solange Mazzeto</b>Solehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-36499471111901911222012-05-11T05:12:00.001-07:002012-05-11T05:12:07.859-07:00a vida brota pelos cadarços compridos do sol<br />
<br />
by Solange MazzetoSolehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-90076473475822493702012-05-03T08:33:00.002-07:002012-05-03T08:33:19.409-07:00http://www.youtube.com/watch?v=yJSEu0z3Nm8<br />
<br />
Link pro vídeo onde conto uma história que criei!Solehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-60015211572641783382012-04-19T10:36:00.002-07:002012-04-19T10:36:51.023-07:00<b>Falta traduzida e arrepiada</b><br />
<br />
era falta, do tambor<br />
que entoava o som que o ouvido acostumara<br />
<br />
falta da terra<br />
do arco e da flecha<br />
falta da liberdade do correr<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH4OfFqVzpzWhJdpyLBxA2rmsQHIIpEXoYcLrlhl7Ev8ANboKkFI3VWhFAdV78L1MvPkOeEaqDcd4Vj7b609DXwhJ5gp9TGuEHZuxI04cNd4zNYw9Zzh1a5kXRBS806WznpjHG2eUTx8_t/s1600/waiwai_7.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="320" width="212" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhH4OfFqVzpzWhJdpyLBxA2rmsQHIIpEXoYcLrlhl7Ev8ANboKkFI3VWhFAdV78L1MvPkOeEaqDcd4Vj7b609DXwhJ5gp9TGuEHZuxI04cNd4zNYw9Zzh1a5kXRBS806WznpjHG2eUTx8_t/s320/waiwai_7.jpg" /></a></div><br />
<br />
<br />
falta da semente que plantada<br />
atingiria os adornos<br />
pra ser emoldurada o eterno do povo<br />
ao som da peneira no charco<br />
<br />
era falta da chuva que molhando <br />
anunciava<br />
o perfume da terra<br />
<br />
era falta da fita <br />
da terra<br />
era a ferida cortando rumores<br />
era... dia do claro e do escuro<br />
era dia de índio<br />
<br />
TEXTO: <i>Solange Mazzeto</i><br />
<br />
IMAGEM: Evelyn SchulerSolehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-49699412594435839582012-04-19T10:01:00.003-07:002012-04-19T10:01:24.299-07:00A menina que Gostava de FlorEra uma vez uma linda menina, que amava as flores, todos os dias ao se levantar, lá ia ela, toda feliz pegar flores no seu jardim encantado.<br />
Ia que ia, pé ante pé, fechava os olhos, sentia qual cor lhe agradava e escolhia dentre tantas a que mais lhe chamasse a atenção...<br />
Nina tinha uma grande amiga que não entendia esse seu ritual, e implicava com ela, dizendo:<br />
---Nina, se eu fosse você pegaria sempre a cor azul e a cor rosa, pois azul é a cor de céu...a mais bela de todas as cores... e a cor-de-rosa, é a cor do meu nome...<br />
Nina, sorria e lhe dizia:<br />
---Qual nada Rosinha, escolho cada dia uma cor, é assim que gosto.<br />
Rosinha se sentia contrariada por Nina não a obedecer, se irritava com Nina, mas Nina nunca perdia a compostura, Nina era um anjo na Terra sussurrando bondades... Sabe aquelas crianças anjos? Pois bem Nina era desse jeito, anjo... <br />
Um belo dia surgiu no jardim uma flor roxa, tão roxa, que era quase preta, e Nina sentiu que devia usar aquela cor, quando ia arrancar a flor, eis que surge Rosinha e diz:<br />
---Nina, não pegue essa cor, é muito feia...<br />
Nina, como sempre sorriu e pegou e colocou nos cabelos a flor roxinha bem escura<br />
Rosinha surtou, esbravejou, tripudiou<br />
Nina calmamente deixou Rosinha falar e falar e falar...<br />
E depois que a Rosinha estava mais calma, Nina lhe disse:<br />
___Rosinha, a flor roxa, é cor bonita, como todas outras cores. Nunca antes havia nascido tão lindo tom aqui no meu jardim, deixe de encrenca e vamos passear...<br />
E foram, andando aqui e ali, as pessoas achavam estranho aquela cor tão forte numa menina tão meiga, e as pessoas falavam horrores pelas costas...<br />
Até que ao final do dia, Nina, viu que a flor estava murchando como todas faziam ao final do dia, mas essa morria com um delicioso sorriso nos lábios, sabe que sorriso era esse? Sorriso de gratidão, pois por sua cor, ela nunca havia sido escolhida pra enfeitar cabelo de menina nenhuma, e agradecendo, despediu lhe dizendo...<br />
---Nina, estou muito grata por você ter me feito esse carinho e ter me levado passear por inúmeros lugares, fechou os olhos e morreu, assim feliz com um sorriso nos lábios e seu lábios ficaram da cor do sol, amareloooo...<br />
Nina emocionada, com uma lágrima rolando, chamou Rosinha, que tudo assistira no canto, se abraçaram e batizaram a flor roxa de centro amarelo, de amor-perfeito.<br />
E depois disso, Rosinha não mais implicou com Nina, e no jardim encantado brotaram muitas flores de todas cores imagináveis, e então...como toda boa historia que começa com ‘era uma vez, essa termina com...’todos viveram felizes para sempre’<br />
<br />
<br />
Texto: Solange MazzetoSolehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-80337728000555128222012-03-25T22:00:00.002-07:002012-03-25T22:00:41.282-07:00Tudo e nada, e tudonada e tudo se faz e desfaz...<br />
acredito que tudo seja breve e brando, creio num amor vivenciado, projetado e direto.<br />
como diz Pessoa, creio na vida como num mal me quer, e não penso, porque pensar é não compreender.<br />
tenho espaços, ganho flores de talco, sumo na varanda, fico dormente, rego semente, me alegro com cores inimagináveis, viajo pela galáxia coberta de merengue.<br />
tive vexame, enxame, desagüei na claridade, cuspi em gente, me tornei fera, rainha, folha seca, desmanchei cabelos, fui presa pelos dentes...<br />
despi de correntes, de malas, morri no vento da praia<br />
sou pertinente, que nem galo, que nem serpente.<br />
abro espaços na janela, futrico o presente, gargalho, sofro ...<br />
arrumo sarna pra me coçar, derreto a elogios, marcho diante da moralidade, recheio meus ossos em pasta de amendoim, ouço Cazuza cantando Cartola<br />
e endoido pra ‘desendoidar...’<br />
<br />
<b>Texto:Solange Mazzeto<i></i></b>Solehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-61159309468218793142012-03-04T21:01:00.001-08:002012-03-04T21:01:28.207-08:00Lugar azulEstava diante de mim, vestindo a noite, onde a vida costuma doer até o dia do basta, depois é só ir acarinhando a languidez, que tudo se ajeita, ou não, mas você não mais se enjeita diante das insistentes dores que não te levam a nenhum lugar azul.Solehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-32863511799141771792012-03-04T19:37:00.001-08:002012-03-04T19:42:23.268-08:00Ele, ela, os dois<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3uNqL-jKT8myJsEexJZrGQ1szzD4Sebc8lRHwxx_NaMu8t2gtjm2OgERiOlnBdxfi6WNwSQI5j8sabyr_9Q0FYl2EghruS5fLuQsy0YhbF9ZzIRes8YmB6j7FkB5I48ZB7HKcHwhauxPs/s1600/luz.jpg" imageanchor="1" style="margin-left:1em; margin-right:1em"><img border="0" height="214" width="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3uNqL-jKT8myJsEexJZrGQ1szzD4Sebc8lRHwxx_NaMu8t2gtjm2OgERiOlnBdxfi6WNwSQI5j8sabyr_9Q0FYl2EghruS5fLuQsy0YhbF9ZzIRes8YmB6j7FkB5I48ZB7HKcHwhauxPs/s320/luz.jpg" /></a></div><br />
<br />
<br />
Ele veio e disse de novo... <i>olá</i>, ela sentiu de novo... <i>prazer</i>, falaram... Coisas banais misturados com perguntas bobas de desejos interpessoais.<br />
E teve um <i>‘’ vamos sair’’</i><br />
E teve dois <i>‘' sim’’</i> <br />
No tanto de energia magnetizada; ela travou a partida antes do pênalti, ele desviou a bola antes do gol<br />
Sem esperarem o final do jogo, tampouco o apito do juiz<br />
<br />
Melhor assim? Sei lá...<br />
Ela não chorou?! <br />
E ele? chorou?! <br />
<br />
Talvez tenham chorado pela fumaça através dos faróis da chuva<br />
<br />
Ela raciocina agora, bem mais leve<br />
E, sente que não vale a pena mesmo, ele... ela, os dois... Ou vale?<br />
<br />
<br />
<b>TEXTO: Solange Mazzeto<i></i></b><br />
<i>DESCONHEÇO A AUTORIA DA IMAGEM</i>Solehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-47751755598924861472012-02-25T15:48:00.002-08:002012-02-25T15:48:28.842-08:00Pra mim é isso!O Teatro pra mim, é a arte líquida que corre pelas minhas veias e salienta quem sou, porque burila com sua oxigenação espaços inimagináveis.<br />
<br />
<br />
<b>Solange Mazzeto<i></i></b>Solehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-21112092712876491442012-02-22T11:04:00.003-08:002012-02-22T11:07:56.535-08:00Figura da vidaera tiro e queijo, moeda e beijo<br />
era algo indefinível<br />
sem culpa, sem sentido<br />
<br />
veio a onda<br />
desceu a raiva<br />
<br />
rumo sem nexo<br />
pinga usada<br />
bengala gasta<br />
<br />
vida vasta<br />
caiada de sal<br />
...<br />
figura da vida<br />
<br />
<br />
by Solange MazzetoSolehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-69289969106826934962012-02-17T15:56:00.002-08:002012-02-17T15:58:28.866-08:00Quando se está amando<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjyO9FRgpF9r79t9wA8-rnOo0brAMdkAebPv9EHnihyOREfABYnDcAl32bb2hk53GBOUOCT6CR-pA1MA63KDWMg7Xb6URUaZiDZ6AQ1JdQc2oJJqy1SwdqMhGqREKWSk5vA1sNFfCdCZTb/s1600/eu1.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 227px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjyO9FRgpF9r79t9wA8-rnOo0brAMdkAebPv9EHnihyOREfABYnDcAl32bb2hk53GBOUOCT6CR-pA1MA63KDWMg7Xb6URUaZiDZ6AQ1JdQc2oJJqy1SwdqMhGqREKWSk5vA1sNFfCdCZTb/s320/eu1.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5710258125511256930" /></a><br /><br /><br />A gente fica meio adolescente quando tá amando, a gente fica mais feminina e sabe falar melhor, e chorar menos, porque tá com o sonho na ponta do dedo, fica assim meio boba perante os outros que não estão na mesma vibe, mas é tudo tão divertido, que o riso se faz farto, alto. E os trejeitos desajustados do povo? Ah...nem ligo, tô 'alta' feito adolescente na vida, meio super menina, que não corre perigo, que não tem medo da altura do beijo...<br /><br /><em><strong><br />Texto e fotografia: Solange Mazzeto</strong></em>Solehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-45193199399382819302012-02-12T06:05:00.001-08:002012-02-12T06:05:52.398-08:00Do gostogosto da melodia dos passos infantisSolehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-36994556427765857922012-02-12T05:16:00.000-08:002012-02-12T05:17:35.726-08:00O presente<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-CLd8GakkA2qcdQOVtdqVpDqgYWRBOv_x4mcJCN9dawzQPDcb1me8KoYE1Rjk8w9egxrhoe7b0MacRe69_rXRuJr59oSJJ9Hf8c8WzsZOQiQHzXu73JpEWcjpLsynGMvivI7z9bLGY3IL/s1600/predio.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-CLd8GakkA2qcdQOVtdqVpDqgYWRBOv_x4mcJCN9dawzQPDcb1me8KoYE1Rjk8w9egxrhoe7b0MacRe69_rXRuJr59oSJJ9Hf8c8WzsZOQiQHzXu73JpEWcjpLsynGMvivI7z9bLGY3IL/s320/predio.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5708237667014132210" /></a><br /><br /><br />O presente tão querido estava ali, ao alcance da alegria.<br />Os olhos lá no passado, não via.<br />Texto--- ANA JÁCOMO<br /><br />Imagem: Solange MazzetoSolehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-88135524936491044352012-02-11T18:37:00.000-08:002012-02-18T14:39:22.308-08:00O mundo é troco de barviajei léguas, <br />adormeci séculos<br />derrubei <br />lágrima de ferro<br /><br />cuspi no pão <br />suspirei de paixão<br />bebi <br />água apodrecida<br /><br />cansei, suei, <br />me testei<br />testei você, <br />dei murro em teu coração<br />deixei marca de mordida, <br /><br />pulei muros, <br />esmurrei paredes<br />destruí pontes, <br /><br />fiz amizade<br />inimizade <br />também fiz<br /><br />destilei veneno<br />vendi a alma por ‘n’ vezes<br /><br />me habituei a mentir <br />diante da eternidade<br /><br />sofri bocados <br />me arrependi, <br />cedi<br />dei força, <br />ouvi lágrimas<br /><br />vivi, <br />vivo e continuarei fazendo o caminho<br />sim, no singular mesmo, <br />existe só um caminho pra não voltar ao mundo em troco de troco de bar... <br /><br /><br />by Solange MazzetoSolehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-52655098004607256412012-02-11T18:25:00.000-08:002012-02-11T18:26:00.392-08:00Cimento de genteChove e cá estou escrevendo de madrugada, a noite hoje não está ferozmente quente, como nas outras noites dessa semana. Faxinei quase casa toda, menos um quarto, ou melhor, menos três quartos da casa, quem sabe amanhã vou, abro e limpo?<br />Meus dedos tocam as teclas e tudo vai sumindo da vista, a canseira desaparece detrás da porta, a fome acaba diante do jornal, o mundo corre, prolixo.<br />Pessoas morrem, e outras nascem umas amam e outras enobrecem, agora enquanto escrevo alguém em algum lugar está com desejo de comer maçã... desejo de beijar, talvez um ser que já se foi. A morte angustia, mas é o que temos de concreto, além do cimento de nossas máscaras.<br /><br />by Solange MazzetoSolehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-11885748056859136462012-02-11T18:10:00.001-08:002012-02-11T18:10:54.400-08:00Ana Jácomo, gostei dos textos delahttp://anajacomo.blogspot.com/Solehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-83014621435224888762012-02-11T18:00:00.001-08:002012-02-11T18:00:32.900-08:00Talveztalvez a gente perceba que o passar do riso e da lágrima<br />pulula entre dois corpos entreabertos<br />que o destino é onda que vai e que passa<br />que a alma é muda de flor<br />semente de árvore<br />e alimento de passarinho<br /><br /><br />by Solange MazzetoSolehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-36226360709567706262012-01-15T04:25:00.000-08:002012-01-15T04:26:26.391-08:00AnoiteciaAnoitecia e o vento vigorava a cidade, castigando as árvores, eu ali na sala de estar, escutando um blues com um perfume que inebriava a memória. Tudo podia ser bege, ou nude como se diz agora.<br />Mas não, as cores iam e vinham perfiladas em matizes vibrantes e roxas.<br />E tinha o cinza, o preto, e suas nuances dentro de padrões vermelhos.<br />E não era o fim, nem o começo, era a era da primeira fase, era a aurora da nova estrada.<br />E enquanto escrevia eu ia de encontro ao meu mais terrível segredo, que no fim não era nada, e era tudo. Eu podia vislumbrar os telhados da cidade do alto da Serra, dedilhar meus dedos pelas telhas e varrer momentaneamente a minha existência.<br />E namorar um jovem rapaz, e folhear os livros da escola.<br />E sorrir por entre as pernas de um gato, prosperando a vida, a passar gentilmente pelas labaredas do fogo silvestre.<br />E no mais, podia ser a hora da serenata, cantando cigarra, enamorada pela lua.<br /><br />TEXTO: Solange MazzetoSolehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-26080300740994837962011-11-12T16:32:00.000-08:002011-11-12T16:33:24.098-08:00Tempos idosTempos idos<br /><br />vindouro<br />outonal<br />febril<br />hostil<br />infernal<br /><br />retorcido<br />[igual galho molhado]<br /><br />brilhante<br />venal<br />distante<br />voraz<br /><br />tempo<br /><br />do lado de lá<br />de lado de cá<br /><br /><br /><span style="font-style:italic;"><br />by Solange Mazzeto</span>Solehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-32343747934622967892011-10-04T17:07:00.001-07:002011-10-04T17:07:49.117-07:00Caio Fernando AbreuOlhe, não fique assim não, vai passar. Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai agüentar, mas agüenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena. A gente acha que não vai agüentar, mas agüenta: as dores da vida. Pense assim: agora tá insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou. Agora já é dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás. Você acha que não porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte estando na praia. Ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e quando vai ver o barco já tá lá longe. A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traquéia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo – é difícil de acreditar, eu sei – vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. Quando você for ver, passou. Agora não dá mesmo pra ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente deve ser feliz sempre? Isso é bobagem. “É melhor viver do que ser feliz”. Porque pra viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida.Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, doi demaais. Mas passa. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar. Caio Fernando AbreuSolehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-85908348198060589132011-09-22T17:35:00.001-07:002011-09-22T17:35:46.161-07:00Penumbrapercorri lentamente teus traços<br />de tua lágrima retida<br />fiz meu pranto calmo<br /><br />deixei que escorresse<br />de mim<br />cada frase [mal]dita<br /><br />intencional foi sua boca<br />sobre a minha<br /><br />perplexa<br />me senti ausente<br />e nua<br /><br /><span style="font-weight:bold;">by </span><span style="font-weight:bold;">Solange Mazzeto<span style="font-style:italic;"></span></span>Solehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-63908705776877063282011-08-03T12:28:00.001-07:002011-08-03T12:46:57.132-07:00Remember-oi<br />-olá, saudade daquele tempo...<br />-aquele tempo acabou, faz tempo<br />-eu sei que faz<br />- se sabe porque tá com isso de remember?<br />-tô relembrando só, e não vem com essa de falar inglês, você não se lembra que não gosto?<br />-lembrar? lembrar?...eu não lembro muita coisa sobre você<br /><br />-você quer beber alguma coisa?<br />-quero sim<br />-coca-cola?<br />-não sei me deixa ver o cardápio<br /><br />-mas me fala de você<br />-não tenho nada pra falar de mim, a não ser que eu fale das flores que não se abriram, ou do meu sorriso fracassado<br />-hei, para com isso, quero saber mesmo de você, de tudo, me conta?<br /><br />-quero coca-cola com gelo, sem o limão<br />-ihh, veio com limão, você vai encrencar né?<br />-não, não vou, é só tirar o limão com os dedos em pinça...<br /><br />-você não vai dizer nada mais com nada né?<br />-não sei, não estou entendendo o que você quer dizer<br /><br />-olha pra mim?<br />-pra que?<br /><br />-vamos andar ali perto do mar, você gostava disso<br />-não vou não, vai sujar minha sandália<br /><br />cruzam os braços, as ondas vão e vem, cruzam os braços, pedem cerveja e queijo a milanesa<br />o vento festeja num ar primaveril, as luzes artificiais fazem a festa, ela olha pra ele, sorri um sorriso sem sal e diz, tchau<br />sem beijo, sem esperança, as coisas, às vezes, chegam ao estado terminal.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">TEXTO: Solange Mazzeto<span style="font-style:italic;"></span></span>Solehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-4397002056071904342011-07-23T08:07:00.000-07:002011-07-23T08:08:18.124-07:00Neoncom a boca impressa<br />em papel de segunda<br /><br />e os lábios dissimulados<br />criados pelo bisturi<br /><br />a criatura<br />luzia em neon<br />a brevidade <br />e o<br />ínfimo <br /><br /><span style="font-weight:bold;"><br />Texto: Solange Mazzeto<span style="font-style:italic;"></span></span>Solehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5901557333923079446.post-82151096954020632202011-07-18T10:32:00.000-07:002011-07-18T10:33:11.115-07:00Porque Eu Sei Que É Amor -TitãsPorque Eu Sei Que É Amor<br />Titãs<br />Composição: Sérgio Britto e Paulo Miklos<br /><br />Porque eu sei que é amor<br />Eu não peço nada em troca<br />Porque eu sei que é amor<br />Eu não peço nenhuma prova<br /><br />Mesmo que você não esteja aqui<br />O amor está aqui<br />Agora<br />Mesmo que você tenha que partir<br />O amor não há de ir<br />Embora<br /><br />Eu sei que é pra sempre<br />Enquanto durar<br />Eu peço somente<br />O que eu puder dar (2x)<br /><br />Porque eu sei que é amor<br />Sei que cada palavra importa<br />Porque eu sei que é amor<br />Sei que só há uma resposta<br /><br />Mesmo sem porquê eu te trago aqui<br />O amor está aqui<br />Comigo<br />Mesmo sem porquê eu te levo assim<br />O amor está em mim<br />Mais vivo<br /><br />Eu sei que é pra sempre<br />Enquanto durar<br />Eu peço somente<br />O que eu puder dar (4x)<br /><br />Porque eu sei que é amor (3x)Solehttp://www.blogger.com/profile/09227435351741069621noreply@blogger.com0