
suavemente
encostei sua voz
na beirada de minha ilusão
colhi frutos doces e aveludadas rosas
foi macio o passeio
teve rima, teve roda
mas o fio de esperança
cruzou com o fio da desconfiança
surgiu fiapo pra todo lado
surgiu vigas grossas
e lágrimas queixosas
subi a ladeira de vidro
escorregava, eu caía
muitas vezes, machuquei o joelho
e não conseguia rezar
hoje acordei na descida do boi
rezei uma ave-maria
acendi uma vela cor da vida
olhei de cima, vi abaixo do túmulo
resfriei a cabeça
tentei fechar o coração
mas a chave de ouro
tava na minha mão
relanceei um olhar enviesado
vi a realidade estampada em cores cítricas
visitei minha arte
rumei pra luminosidade
escrevi esses versos
e me acalmei
abraçando a doce sina
a sina de não morrer
...
TEXTO: Solange Mazzeto
IMAGEM: ADAGP
Poema tão afirmativo
ResponderExcluircomo um beija-flor e a eternidade
tão cheio de vida
que atormentou meu suicida
tão cheio de si
que a vida se impõe a morte
como uma verdade absoluta
num poema ortodoxo positivo
valeu parece uma oração
para um coração sem ceus.
Luiz Alfredo - poeta
Valeu! :)
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