quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sobre sentir... ternura

“Sentimos que a criança que vemos dormindo no berço dorme também na nossa alma. E a alma fica tranqüila, como a criança. É por isso que mesmo depois de apagada a luz, ida a imagem física, vai conosco a imagem poética como uma experiência de ternura.” Rubem Alves.

Enquanto lia, me veio a mente, a imagem de um menininho que conheço e o qual eu gosto muito, como se fosse meu, e dia desses o vi sentadinho, e puxando um papo com ele eu disse:

--- Você sabe que você é muito lindo?

Ele naquela ternura imensa de criança que se sabe amada e amparada me olhou nos olhos, desviou o olharzinho, sorriu um sorriso de canto de boca, e me respondeu:

--- Eu sei!

Essa imagem dele, me ‘cura’ quando o sol se esvai por alguma nuvem escura que me emudece e me escurece a vista, e então é como um cheiro da manhã em meus pulmões...

Quando me lembro da falinha mansa, da mãozinha doce, meu coração se apruma e para de chiar.

Lembro de uma coisa que minha mãe fala até hoje, estando minha irmã mais velha já com seus 60 anos... Quando sua irmã era pequena, eu não queria que ela crescesse, queria que ficasse pequena, nisso tem piada em casa, porque essa minha irmã é a menor em estatura, mas em fé, é a maior.

É o Rubem Alves, me fala ao sangue, e também me cura de meus percalços, hoje cedinho ao lê-lo, ele me deu um remédio contra a depressão; balançar é o melhor remédio contra a depressão, providenciando já um balanço aqui no meu jardim, e quero bem rústico, porque gosto de coisas rústicas pra contrabalançar talvez com minha imensa doçura, ou pra eu aprender a ser mais áspera... Não sei ao certo, só sei que ternura é algo pleno em mim e eu gosto de ser terna, e lá vem minha mãe de novo... Você é boba, perdoa muito fácil as pessoas... Até hoje eu não sei ao certo, se perdôo fácil ou esqueço o que me fazem [quando machucam] só sei que sou assim... E gosto de assim o ser.



TEXTO:Solange Mazzeto

Nenhum comentário:

Postar um comentário