sábado, 23 de julho de 2011

Neon

com a boca impressa
em papel de segunda

e os lábios dissimulados
criados pelo bisturi

a criatura
luzia em neon
a brevidade
e o
ínfimo


Texto: Solange Mazzeto

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Porque Eu Sei Que É Amor -Titãs

Porque Eu Sei Que É Amor
Titãs
Composição: Sérgio Britto e Paulo Miklos

Porque eu sei que é amor
Eu não peço nada em troca
Porque eu sei que é amor
Eu não peço nenhuma prova

Mesmo que você não esteja aqui
O amor está aqui
Agora
Mesmo que você tenha que partir
O amor não há de ir
Embora

Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
Eu peço somente
O que eu puder dar (2x)

Porque eu sei que é amor
Sei que cada palavra importa
Porque eu sei que é amor
Sei que só há uma resposta

Mesmo sem porquê eu te trago aqui
O amor está aqui
Comigo
Mesmo sem porquê eu te levo assim
O amor está em mim
Mais vivo

Eu sei que é pra sempre
Enquanto durar
Eu peço somente
O que eu puder dar (4x)

Porque eu sei que é amor (3x)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Cenas de um cotidiano

Marido cara de c...

Mulher com pálpebras inchadas (claro que tinha chorado)

Filhos, dois, um casal

Menino capeta

Menina doce

A mãe pro filho: 'porque você está com a cara molhada filho?' Gentilmente passando a mão no rosto dele

O menino se esquiva

Tô suado mãe, que tem? Agressivo

A menina comendo na dela, quietinha

A mulher perguntando pro marido

Que você quer comer?

Ele só levanta os ombros, em atitude de desdém

Ela sai da mesa, pra pegar comida os filhos também

Ele rapidamente pega o celular

A cara de 'traste de cera’ some imediatamente

Ligação rapidinha, olhando de soslaio

É coisas de um cotidiano

De m....



TEXTO: Solange Mazzeto

terça-feira, 12 de julho de 2011

Táxi

E lá vou eu, ia pegar um ônibus, trânsito de sexta-feira fervendo, atrasada, catei um táxi mesmo, não era ainda hora da bandeirada dois e o sujeito colocou bandeira dois, depois de um tempo, passou para bandeirada um e falou com aquele sorrisinho cínico: ---- Depois desconto $ 0,40 cents.

Eu nem respondi, só revirei os olhos.

O taxímetro tava rodando mais que peão de rodeio, eu ali com as mãos crispadas e com a bendita frase: ‘Sampa para um dia’...

Já tava caro demais, caso continuasse no táxi acho que iria pagar uns 100 mangos brincando, tava na favela da Espraiada, e o taxista: ---- Nossa, tenho que voltar pro Ponto as 21:00, não vai dar tempo, eu vou deixar a senhora ali em cima e depois vou ter que... [enfim ele ficou falando o que iria fazer porque ele tava nervoso de não poder voltar ao Ponto no horário que ele já tinha marcado, eu não tava a fim de ouvir o cara desfilar suas sensações e ‘penalidades’]. Então decidi: ---- Moço! pare aqui:
--- Mas, moça a senhora tá na favela, sabe disso?
--- Sim eu sei, mas nada de ruim irá me acontecer. E depois também tem seu lado aí, de ter que voltar e tal
---Não quanto a isso a senhora não se preocupe.
--- Moço, para o táxi e fim.
Ele parou, eu paguei, quando ia saindo ele disse:
--- Tem guardas na favela viu dona?
Sorri gentilmente, atravessei um pedaço da favela, enfrentei o trânsito a pé, subi uma subidona e parei no ponto de ônibus mais perto que tinha, não deu nem dois minutos, chegou o buzão que eu queria, subi feliz naquele coletivo [eu disse mesmo isso? de subir feliz num buzão? é eu disse...] e finalmente relaxei.

Ah! Um detalhe, o taxista não descontou a bandeirada dois, perdi meus 0,40 centavos.


texto by Solange Mazzeto
[verídico 'antes não fosse']

NUA

nua em teus braços, sinto-me rainha
vertiginosa sede me escapa
teus lábios são meus
os prendo na língua
tua pele se inebria da minha
danço para ti em véus
qual doce vislumbre és tu
de teus olhos toca-me a delicadeza
e generosa
me revelo a ti
...


TEXTO: Solange Mazzeto